Queria poder ousar mais, me libertar de toda essa carga afetiva que nasce com as mulheres, viver sem toda essa carga de ter que ser emoção que o sexo feminino impõe por se ter o dom de parir, de dá a vida a outro ser, ser este que nem sei se quero ter.
Toda essa criação careta de mulher não pode isso e nem aquilo me deixa presa num lugar em que eu não queria estar. Queria ter a liberdade de poder voar, ir embora sem ter que olhar para trás, dar xau aos caretas e covardes e viver o que me der vontade e coragem de ser.
Queria ter nascido sem o compromisso de todos esses laços, todo esse cuidado com a reputação, de não fazer para os outros não verem, não falarem e não críticarem.
Ora essa mania que os homens tem de achar que nós mulheres temos que ser as bonequinhas de louça que um dia irão enfeitar o jardim deles. Eu não quero ser essa louça, não quero me quebrar tão facíl, quero deixar esse medo de ousar de lado e ter a coragem de ser eu de verdade, de me reinventar quando quiser, de fazer o que eu quero na hora que eu quero e não o que me mandam fazer ou o que esperam que eu faça.
Preciso me libertar de toda essa hipocrisia e toda desigualdade imposta por essa sociedade patriarcal que determina os papeis dos sexos na vida. Será que algum dia nós mulheres teremos a coragem de dizer basta a isso tudo? De parar de proteger os homens e os trata-los como iguais? Será que um dia realmente chegaremos a esse pé de igualdade?
Mostraremos que algumas de nós querem muito mais do que botar crianças no mundo e sermos responsaveis pela sua educação? Faremos os homens também responsaveis e não menos do que nós? Ora essa, esses conceitos já estão mais do que ultrapassados.
Por que que nós mulheres temos que nós preocupar tanto com o casamento, com ter uma família, com ter que procriar e criar pessoas para esse mundo já tão velho e acabado?
Queria poder ir embora, viajar, me largar, sair, caminhar sem me preocupar com o tempo de voltar. Danem-se os relogios! Quero poder fazer o meu tempo, meu espaço, meu agora, meu ontem e o meu amanhã. E que se danem aqueles que vão pensar e falar coisas. Quero deixa-los pra lá. Não quero mais essa responsabilidade de ter que agradar, ter que dar certo para os outros, ter que mostrar algo que não sou e até o que sou mascarado na vontade de ser o que querem que eu seja.
Quero fugir essa repressão, de toda essa pressão, quero sair por aí e decidir o que é melhor para mim, sem ouvir mais opniões, sem nem querer saber o que vão achar das minhas atitudes.
Quero poder viajar, ir embora desse lugar, me aventurar, ir atrás da minha arte, me reinventar, em um dia ser uma e no outro ser outra, ser uma camaleõa, mudar quando quiser. Será muito pedir um pouco de LIBERDADE?
Já não sei o que faço se para ter liberdade preciso me prender, me anular, me calar e aceitar o que me dão agora me dando por satisfeita e chorando a noite, por saber que não é aqui que eu quero estar.
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